A alimentação é um acto voluntário e inconsciente, mas através do qual o ser humano arranja nutrientes para as suas funções vitais.
Actualmente não basta apenas ter acesso a bens alimentares, há que saber comer, saber escolher os alimentos de forma e em quantidades adequadas às necessidades diárias, ao longo de diferentes fases da sua vida. A alimentação de uma criança varia da de um adulto e há que saber distingui-las. Em comum, há que fazer sempre uma alimentação saudável que saiba contrabalançar os grupos alimentares, de modo a haver uma variedade nutricional.
Aprender a comer é um hábito que deve ser aprendido desde muito cedo, porque uma alimentação desequilibrada, pode conduzir a problemas de saúde.
Um estudo divulgado em Setembro de 2009 pela Universidade de Wageningen, na Holanda, mostrou a relação entre o ritmo com que se come e a quantidade de calorias consumidas. Os pesquisadores constataram que comer devagar, colocando menores porções de comida na boca e fazer uma mastigação mais prolongada, pode reduzir a ingestão de calorias e, consequentemente, ajudar na perda de peso. De acordo com os autores, essa prática faz com que as pessoas se sintam satisfeitas mais rapidamente, fazendo-as comer menos. O teste foi feito com pudim e revelou que as pessoas que permaneceram com o alimento na boca por nove segundos ingeriram, em média, 42 gramas a menos.
Os benefícios de saborear com calma o alimento são um dos principais focos do slow food, associação internacional sem fins lucrativos fundada em 1986, na Itália. Hoje o movimento conta com mais de 80 mil associados e tem escritórios e seguidores em mais de 120 países. O slow food segue o conceito da ecogastronomia, conjugando o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade. A filosofia do grupo baseia-se na ideia de que melhorar a qualidade da alimentação e arranjar tempo para saborear é uma forma simples de tornar o quotidiano mais agradável.
Mauro Scharf lembra os cinco principais motivos enunciados pelo slow food para comer devagar. O primeiro é perder peso. Segundo o movimento, o cérebro leva 20 minutos para processar que está satisfeito. Se a pessoa comer rápido, pode passar do ponto em que está satisfeita e continua a comer mais. O terceiro é apreciar a comida, fazendo das refeições um prazer gastronómico. O quarto benefício é melhorar a digestão, já que, quanto mais trabalho se faz na mastigação, menos trabalho o estômago terá, podendo conduzir a menos problemas digestivos. O quinto é diminuir o stress, pois comer devagar pode ser um grande exercício de concentração. Ainda, opor-se contra o fast food.
Scharf lembra que o ideal é que se gaste pelo menos 30 minutos em cada refeição, mastigando várias vezes antes de engolir e em pequenas garfadas, para saborear melhor os alimentos. Outra dica é não se sentar à mesa com muita fome, pois assim acaba-se por comer tudo em poucos minutos. O especialista reforça que é importante começar a refeição com saladas verdes, já as folhas exigem mais mastigação, além de serem muito importantes para o organismo. "Mas é sempre importante lembrar que temos que saber a quantidade diária de alimento necessário para cada pessoa, que depende de factores como o sexo, peso, actividade física e a idade", finaliza o endocrinologista.
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