Não fazia ideia de como seria, na verdade, um pinheiro, nem como aquelas pequenas sementes, de que eu tanto gostava, “vinham ao mundo” aninhadas, perfeitamente embaladas, numa linda pinha lenhosa. Só sabia que o Natal estava a chegar, pois tínhamos recebido, entre outros mimos natalícios, a caixinha de pinho com a pirogravura de um pinheiro, e que, no dia de Natal, a minha mãe me poria ao pescoço um “colar” feito de pinhões enfiados em linha branca, Carta Nº 50... e eu mal podia esperar! Era um petisco que só chegava por essa altura a Catabola, uma pequena vila de Angola, em meados dos anos 40.
Também não sabia – e acho que a minha mãe também não... – que, naquele frutinho de pouco mais de um centímetro, havia ácidos gordos polinsaturados como o linoleico e o linolénico, muito importantes na formação do tecido nervoso e na redução do colesterol sanguíneo.
Se me tivessem dito que era um fruto rico, eu estaria, certamente, a pensar que falavam no seu sabor... mas a sua riqueza vai muito para além disso: é rico em proteínas, vitamina B1 e ferro. Tem tal quantidade de vitamina B1, que só é excedida pela contida nas sementes de girassol, no gérmen de trigo e na levedura de cerveja.
Assim, ao comer aquele colar de pinhões – e, como criança que era, não o poupava para o dia seguinte... – estava a prevenir-me contra o stresse e a depressão (também não saberia o que isso era...) e que os meus amigos, que já andavam na escola, recebiam uma boa ajuda para o seu cérebro. Que o meu colar servia, ainda, para prevenir anemias e estados de debilidade orgânica; que as pessoas com afecções cardíacas e arteriosclerose beneficiavam da acção dos seus ácidos gordos sobre as artérias.
O que eu sabia, sem dúvida nenhuma, é que era Natal e que ao meu pescoço teria o meu colar favorito, feito de pinhões, que iria saborear durante todo o dia.
Agora, aqui, na “Metrópole”, como lhe chamávamos, já posso comprar pinhões em qualquer altura do ano, embora tenha de ter uma conversa prévia com a minha carteira. Mas, o Natal voltou, como volta todos os anos e gostaria de propor: Vamos fazer colares de pinhões? Pode ser que alguém ache graça e os faça, mas, entretanto, vamos dar-‑vos umas receitas que estão enriquecidas com estes frutos oleaginosos tão nutritivos.
Mª Antónia da Fonseca Santos
Redactora
Também não sabia – e acho que a minha mãe também não... – que, naquele frutinho de pouco mais de um centímetro, havia ácidos gordos polinsaturados como o linoleico e o linolénico, muito importantes na formação do tecido nervoso e na redução do colesterol sanguíneo.
Se me tivessem dito que era um fruto rico, eu estaria, certamente, a pensar que falavam no seu sabor... mas a sua riqueza vai muito para além disso: é rico em proteínas, vitamina B1 e ferro. Tem tal quantidade de vitamina B1, que só é excedida pela contida nas sementes de girassol, no gérmen de trigo e na levedura de cerveja.
Assim, ao comer aquele colar de pinhões – e, como criança que era, não o poupava para o dia seguinte... – estava a prevenir-me contra o stresse e a depressão (também não saberia o que isso era...) e que os meus amigos, que já andavam na escola, recebiam uma boa ajuda para o seu cérebro. Que o meu colar servia, ainda, para prevenir anemias e estados de debilidade orgânica; que as pessoas com afecções cardíacas e arteriosclerose beneficiavam da acção dos seus ácidos gordos sobre as artérias.
O que eu sabia, sem dúvida nenhuma, é que era Natal e que ao meu pescoço teria o meu colar favorito, feito de pinhões, que iria saborear durante todo o dia.
Agora, aqui, na “Metrópole”, como lhe chamávamos, já posso comprar pinhões em qualquer altura do ano, embora tenha de ter uma conversa prévia com a minha carteira. Mas, o Natal voltou, como volta todos os anos e gostaria de propor: Vamos fazer colares de pinhões? Pode ser que alguém ache graça e os faça, mas, entretanto, vamos dar-‑vos umas receitas que estão enriquecidas com estes frutos oleaginosos tão nutritivos.
Mª Antónia da Fonseca Santos
Redactora
MASSA COM PINHÕES E MOZARELA
Ingredientes:
1 pacote de massa (conchinhas)
2 dentes de alho esmagados
2 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa de mozarela ralada
folhas de manjericão q.b.
Pinhões levemente tostados na frigideira
Modo de Fazer:
Descasque e esmague os alhos, junte o azeite e misture bem. Toste os pinhões na frigideira. Coza a massa em água e sal, até ficar al dente, não escorrendo totalmente para não secar (deixar cerca de uma chávena de café). Ponha a massa numa travessa, acrescente o azeite, os pinhões, a mozarela e as folhas de manjericão, e envolva tudo muito bem. Sirva com uma salada mista.
1 pacote de massa (conchinhas)
2 dentes de alho esmagados
2 colheres de sopa de azeite
2 colheres de sopa de mozarela ralada
folhas de manjericão q.b.
Pinhões levemente tostados na frigideira
Modo de Fazer:
Descasque e esmague os alhos, junte o azeite e misture bem. Toste os pinhões na frigideira. Coza a massa em água e sal, até ficar al dente, não escorrendo totalmente para não secar (deixar cerca de uma chávena de café). Ponha a massa numa travessa, acrescente o azeite, os pinhões, a mozarela e as folhas de manjericão, e envolva tudo muito bem. Sirva com uma salada mista.
PESTO
Ingredientes:
½ chávena de folhas frescas de manjericão, picadas
¼ chávena de raminhos de salsa, picados
2 colheres de sopa de pinhões picados
1 dente de alho picado
¼ chávena de azeite
Modo de Fazer:
Ponha os quatro primeiros ingredientes no liquidificador e processe-os até que o manjericão, a salsa e os pinhões estejam finamente picados e formem uma pasta. Com o liquidificador a trabalhar, deite o azeite em fio e deixe bater até ficar bem misturado. Se desejar, pode acrescentar queijo Parmesão. Deite numa molheira.
½ chávena de folhas frescas de manjericão, picadas
¼ chávena de raminhos de salsa, picados
2 colheres de sopa de pinhões picados
1 dente de alho picado
¼ chávena de azeite
Modo de Fazer:
Ponha os quatro primeiros ingredientes no liquidificador e processe-os até que o manjericão, a salsa e os pinhões estejam finamente picados e formem uma pasta. Com o liquidificador a trabalhar, deite o azeite em fio e deixe bater até ficar bem misturado. Se desejar, pode acrescentar queijo Parmesão. Deite numa molheira.
TORTA DE PINHÃO E ALPERCE
Ingredientes:
90g de pinhões finamente moídos
175g de alperces secos
30 cl de sumo de laranja fresco
2 colheres de sopa de iogurte natural magro
2 ovos
60g de açúcar amarelo
60g de farinha de trigo integral
½ colher de chá de fermento
2 claras
1 colher de sopa de açúcar pilé
Modo de Fazer:
Aqueça o forno a 180º. Unte um tabuleiro de 32x22 cm. Forre-o com papel vegetal e unte o papel.
Coloque os alperces e o sumo de laranja numa caçarola e, quando o sumo estiver a ferver, baixe o fogo e deixe cozer até que os alperces estejam macios e tenham absorvido quase todo o sumo (cerca de 10 minutos). Deixe arrefecer durante 10 minutos, junte o iogurte e reduza a puré. Reserve.
Ponha os ovos e o açúcar amarelo numa tigela e coloque-a numa panela com água quente, mas sem estar a ferver. Bata à mão ou com uma batedora eléctrica até que a mistura engrosse e fique cremosa. Retire a tigela da panela e continue a bater até que as pás, quando levantadas, façam um “caminho” na mistura. Peneire a farinha e o fermento para outra taça, e junte-lhe 60g dos pinhões. Numa terceira taça, bata as claras em castelo até estarem firmes mas não secas. Envolva a mistura da farinha, juntamente com um terço das claras em castelo, no creme de ovos e açúcar. Depois acrescente o resto das claras em castelo.
Deite a mistura no tabuleiro e bata com ele ao de leve na mesa de trabalho para nivelar a massa. Leve a assar no centro do forno durante 10 a 15 minutos, até que cresça bem, fique dourada e fofa no centro. Entretanto, ponha papel vegetal na mesa. Misture o resto dos pinhões com o açúcar pilé e polvilhe, com isso, o papel vegetal.
Logo que a torta saia do forno, inverta-a sobre o papel vegetal. Com rapidez, retire o papel vegetal com que tinha forrado a forma, corte as bordas tostadas nos quatro lados. Barre com o puré de alperce até à borda dos lados mais longos e a 5mm dos mais curtos. Com a ajuda do papel, comece a enrolar a partir de um dos lados mais curtos. Prenda a torta de forma a mantê‑la enrolada e deixe arrefecer.
90g de pinhões finamente moídos
175g de alperces secos
30 cl de sumo de laranja fresco
2 colheres de sopa de iogurte natural magro
2 ovos
60g de açúcar amarelo
60g de farinha de trigo integral
½ colher de chá de fermento
2 claras
1 colher de sopa de açúcar pilé
Modo de Fazer:
Aqueça o forno a 180º. Unte um tabuleiro de 32x22 cm. Forre-o com papel vegetal e unte o papel.
Coloque os alperces e o sumo de laranja numa caçarola e, quando o sumo estiver a ferver, baixe o fogo e deixe cozer até que os alperces estejam macios e tenham absorvido quase todo o sumo (cerca de 10 minutos). Deixe arrefecer durante 10 minutos, junte o iogurte e reduza a puré. Reserve.
Ponha os ovos e o açúcar amarelo numa tigela e coloque-a numa panela com água quente, mas sem estar a ferver. Bata à mão ou com uma batedora eléctrica até que a mistura engrosse e fique cremosa. Retire a tigela da panela e continue a bater até que as pás, quando levantadas, façam um “caminho” na mistura. Peneire a farinha e o fermento para outra taça, e junte-lhe 60g dos pinhões. Numa terceira taça, bata as claras em castelo até estarem firmes mas não secas. Envolva a mistura da farinha, juntamente com um terço das claras em castelo, no creme de ovos e açúcar. Depois acrescente o resto das claras em castelo.
Deite a mistura no tabuleiro e bata com ele ao de leve na mesa de trabalho para nivelar a massa. Leve a assar no centro do forno durante 10 a 15 minutos, até que cresça bem, fique dourada e fofa no centro. Entretanto, ponha papel vegetal na mesa. Misture o resto dos pinhões com o açúcar pilé e polvilhe, com isso, o papel vegetal.
Logo que a torta saia do forno, inverta-a sobre o papel vegetal. Com rapidez, retire o papel vegetal com que tinha forrado a forma, corte as bordas tostadas nos quatro lados. Barre com o puré de alperce até à borda dos lados mais longos e a 5mm dos mais curtos. Com a ajuda do papel, comece a enrolar a partir de um dos lados mais curtos. Prenda a torta de forma a mantê‑la enrolada e deixe arrefecer.
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